Notícias

Canal 23

Deus procura os Fiéis da Terra

Não porei coisas Injusta a meus olhos

Publicado em: 04/12/2022

Deus procura os Fiéis da Terra

Wallace Castro presidente do Grupo XPOWER de Comunicação

Em um período da História no qual o secularismo tem se tornado a religião (quase) oficial de muitas nações, o compromisso de um governante de tomar decisões com base em princípios bíblicos é muitas vezes visto como suicídio político. Não foi assim em Israel no tempo de Davi. Este rei não se viu como soberano, e sim como servo muito inferior ao Soberano Deus. Um experiente pastor de ovelhas, ele aceitou a responsabilidade de pastorear o rebanho de Deus, a nação de Israel. Diferente de muitos governantes e até de muitos pastores religiosos, Davi não procurava oportunidades para se exaltar ou para se aproveitar dos seus sujeitos para ficar rico. Ele se entregou ao trabalho de cuidar e guiar as pessoas que lhe foram encarregadas.

O Salmo 101, escrito por Davi, é uma declaração dos princípios de um bom rei. É possível que ele tenha feito essas promessas a Deus no início do seu reinado ou em algum outro momento durante os 40 anos que ele governou em Israel. Pode ter composto o hino para passar para Salomão e seus sucessores os princípios necessários para um bom governo.

Observamos nesse hino uma ênfase no coração, nos olhos e nos atos, tanto de Davi como dos outros sobre quem ele governava. Ele desejava manter um coração sincero (verso 2) e olhos livres da injustiça (versos 3 e 7). Para conseguir esses objetivos, agiria para destruir os caluniadores (verso 5) e outros ímpios (verso 8). Pelo lado positivo, procuraria os fiéis para servir na sua casa (verso 6). Tratando dos ímpios, Davi falou dos corações soberbos e olhares altivos (verso 5) daqueles que praticavam calúnias, fraude e mentiras (versos 5 e 7).

O foco de Davi, evidente nos primeiros versos desse Salmo, estava no desejo de manter a comunhão com Deus: “Cantarei a bondade e a justiça; a ti, SENHOR, cantarei. Atentarei sabiamente ao caminho da perfeição. Oh! Quando virás ter comigo?” (versos 1 e 2). Davi mostrou sua certeza da bondade e justiça do Senhor, e sabia da necessidade de buscar a perfeição para manter um relacionamento especial com Deus. O santo caráter de Deus exige a santidade de todos que desejam a comunhão com ele (1 Pedro 1:14-17). Nos próximos versos, Davi fala de aspectos práticos desse compromisso de buscar a perfeição diante de Deus.

Valorizar a justiça significa detestar a injustiça: “Portas a dentro, em minha casa, terei coração sincero. Não porei coisa injusta diante dos meus olhos; aborreço o proceder dos que se desviam; nada disto se me pegará. Longe de mim o coração perverso; não quero conhecer o mal. Ao que às ocultas calunia o próximo, a esse destruirei; o que tem olhar altivo e coração soberbo, não o suportarei” (versos 2 a 5). Davi entendeu que a vida pública não podia ser separada do caráter demonstrado na vida particular. Ele se preocupou com seu próprio coração dentro de casa e condenou aqueles que caluniavam ocultamente. Jesus ensinou que uma árvore boa produz frutos bons, e uma árvore má produz frutos maus (Mateus 7:17-18). Devemos nos preocupar com os nossos corações, e não apenas com os atos visíveis aos outros.

O bom rei teria pessoas de integridade ao seu redor. Alguns políticos procuram conselheiros corruptos que serão coniventes nos seus crimes, mas Davi reconheceu a importância de achar ministros honestos e fiéis. Ele disse: “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que habitem comigo; o que anda em reto caminho, esse me servirá. Não há de ficar em minha casa o que usa de fraude; o que profere mentiras não permanecerá ante os meus olhos” (versos 6 e 7). Como seria diferente se todas as autoridades de hoje agissem conforme a mesma política!

Como o líder escolhido por Deus em uma teocracia, Davi viu a necessidade do rei manter a pureza da nação, e não somente das pessoas no seu palácio: “Manhã após manhã, destruirei todos os ímpios da terra, para limpar a cidade do SENHOR dos que praticam a iniquidade” (verso 8). Para Davi, a batalha contra a iniquidade não se resumiu em uma decisão ou um ato singular, pois ele entendeu a necessidade da vigilância constante.

Nós não ocupamos tronos como reis em autoridade sobre teocracias, mas ainda podemos aprender muito das atitudes que Davi comunicou nesse Salmo. Quem realmente deseja agradar ao Senhor resolve manter coração sincero, olhos puros e mãos limpas, e renova sua batalha contra o pecado cada dia. Não reinamos sobre nações, mas devemos dominar os nossos próprios corações.

Canal 23