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Imperatriz, capital da pistolagem

História da cidade nas décadas de 70 a 90

Publicado em: 22/04/2024

IMPERATRIZ, CAPITAL DA PISTOLAGEM

Imperatriz, cidade no Sudoeste do Maranhão, à margem direita do Rio Tocantins, nos anos 70, 80 e 90 do século passado foi a ‘capital da pistolagem’ em decorrência de sua estratégica localização que facilitava e beneficiava a concentração de grileiros de terras no Maranhão, Tocantins e Pará, para a implementação inicial da pecuária e posterior extração e exploração de madeira.

É importante não esquecer, e reconhecer historicamente, que a cidade de Imperatriz foi associada a intensas práticas de pistolagem associada a grilagem de terras durante as três últimas décadas do século passado. Essas atividades criminosas estavam relacionadas à facilitação da implementação de atividades econômicas como a pecuária e a exploração de madeira na região, aproveitando-se da localização estratégica da cidade. Esses problemas históricos são parte da trajetória da região, assim como é fundamental compreender e abordar essas questões para promover o desenvolvimento sustentável e a justiça social na região diferentemente do que foi no passado.

A localização geográfica de Imperatriz, à margem do Rio Tocantins, da BR 010-Belém-Brasília, e em uma região de fronteira entre os estados do Maranhão, Tocantins e Pará, tornou a cidade um ponto estratégico para diversas atividades econômicas, incluindo a grilagem de terras. A grilagem refere-se à prática ilegal de apropriação de terras públicas, muitas vezes por meio de documentos falsos ou fraudulentos ‘esquentados’ em cartórios.

A facilidade de acesso e benefícios para grilagem de terras na região, visando a expansão da pecuária e exploração de madeira, gerou confrontos, violência e instabilidade. É importante ressaltar que a pistolagem e a grilagem de terras têm impactos devastadores não apenas no aspecto social, mas também no ambiental, com a destruição de áreas naturais e ecossistemas frágeis. É o que reflete o período que foi marcado por conflitos agrários e violência na região durante as décadas de 70, 80 e 90, quando houve a intensificação da grilagem de terras, principalmente devido à expansão da pecuária e da exploração madeireira.

A expansão da pecuária e a exploração da madeira na região eram atividades econômicas importantes, e a posse de terras era fundamental para essas práticas. Como resultado, surgiram conflitos violentos entre grupos interessados no controle das terras, levando à contratação de pistoleiros para resolver disputas, intimidar ocupantes/posseiros legítimos das terras e garantir a expansão dos negócios.

Portanto, a expressão ‘Imperatriz, capital da pistolagem’ refere-se mais precisamente a um período da história da cidade entre as décadas de 70 e 90 do século passado, quando houve uma proliferação intensa de violência armada e assassinatos encomendados tanto na cidade quanto na região. Essa situação estava associada à atividade de grilagem de terras, pecuária e exploração de madeira.

Essa situação gerou um clima de insegurança e violência em Imperatriz e nas áreas circundantes, ganhando a cidade a reputação de ser um centro de atividades ligadas à pistolagem. Autoridades honestas, bem poucas, enfrentaram desafios significativos para combater esse fenômeno, que estava intimamente ligado a questões socioeconômicas, políticas e ambientais na região.

E a pistolagem era uma prática comum na região, onde pistoleiros eram contratados por grileiros e fazendeiros, e/ou grileiros-fazendeiros-grileiros para ‘promover a limpeza da área/terra’ assassinando posseiros/trabalhadores rurais e suas familiares, para assumirem a posse da terra; assassinar adversários, lideranças sindicais, ambientalistas e indígenas que se opunham à grilhagem e exploração desenfreada dos recursos naturais. A impunidade reinava na cidade e região, com a cumplicidade de políticos locais e agentes públicos.

A grilagem de terras é uma prática ilegal na qual terras públicas são fraudadas por meio da falsificação de documentos, muitas vezes com o uso da violência para expulsar comunidades locais e ocupar essas terras de forma ilegal. Isso frequentemente leva a conflitos entre grileiros, proprietários legítimos, posseiros tradicionais e comunidades locais, alimentando um ciclo de violência e morte.

Essa violência desenfreada trouxe um clima de terror e insegurança para a população de Imperatriz que vivia com medo de represálias e retaliações, enquanto que as populações rurais viviam com o temor de a qualquer momento haver a invasão de suas localidades por pistoleiros que assassinavam todos os que eles iam encontrado, para entregar a localidade limpa de gente ao seus patrões. A impunidade dos criminosos apenas incentivava a perpetuação desse ciclo de violência.

Haviam fazendeiros que por meio de ‘um gato’ contratavam peões para ‘derrubar matas’ dentro de suas “fazendas”, para semear capim. Quando a área estava com ‘a mata no chão’ tocavam fogo com os peões dentro para não lhes fazer o pagamento, pois morriam todos no fogo, e, se haviam sobreviventes, os pistoleiros terminavam de matar.

A prática da pistolagem, que envolve assassinatos e violência armada, na maioria das vezes ligada a disputas de terra, demonstra a fragilidade das instituições de segurança e justiça na região naquela época. A influência do crime organizado, a conivência de autoridades locais e a impunidade contribuíram para a perpetuação desse cenário por décadas.

Essa situação é agravada quando há um contexto de impunidade e conivência de autoridades locais, o que pode ter contribuído para que Imperatriz ganhasse essa reputação de ‘capital da pistolagem’. A presença de grupos armados e a prática de assassinatos por encomenda, conhecida como pistolagem, são aspectos lamentáveis desse período histórico de Imperatriz e da região.

Em meio à grileiros, pecuaristas, madeireiros, pistoleiros, cumplicidades, conivência, impunidades, Imperatriz foi um lugar de intensa transformação nas três décadas finais do século passado. Exploremos um pouco dessa história de transformação:

 

1. Ciclo da Madeira (1970-1981):

― Durante os anos 70, o Ciclo da Madeira ganhou força na economia de Imperatriz. A extração de madeira impulsionou o crescimento da cidade e aumentou as oportunidades de emprego;

― Imperatriz se tornou um importante centro para a indústria madeireira, especialmente na fronteira com o estado do Pará.

 

2. Ciclo do Ouro (1981-1990):

― Na década de 80, Imperatriz desempenhou um papel crucial como polo abastecedor para o garimpo da Serra Pelada. A corrida pelo ouro atraiu muitos migrantes para a região;

― No entanto, com o aumento do comércio de mercadorias e serviços nos anos 90, a cidade viu uma mudança em sua dinâmica econômica.

 

3. Desenvolvimento e Diversificação:

― A partir dos anos 60, Imperatriz experimentou um rápido desenvolvimento. Na década de 70, era considerada uma das cidades mais progressistas do país;

― Recebeu contingentes migratórios de diversas origens, contribuindo para sua diversidade cultural e crescimento populacional.

 

4. Localização Estratégica:

― Imperatriz está situada à margem direita do rio Tocantins e é atravessada ao meio pela Rodovia Belém-Brasília;

― Além disso, é um importante entroncamento comercial, energético e econômico do estado, conectando a produção de soja em Balsas, a extração de madeira, a siderurgia em Açailândia e a agricultura familiar em outras partes do Maranhão;

― A cidade também se destaca pelas potencialidades futuras, como a produção de energia e celulose com a Hidrelétrica de Estreito e a fábrica da Suzano Papel e Celulose.

Enfim, Imperatriz passou já por diferentes ciclos econômicos e desempenhou um papel estratégico na região, beneficiando-se de sua localização geográfica privilegiada.

A situação descrita sobre Imperatriz nas décadas de 1970, 1980 e 1990 como a ‘capital da pistolagem’ devido à sua localização estratégica na região sudoeste do Maranhão, para que não se repita, não pode ser negada nem esquecida. Pois é parte de sua história.

Essa história deve servir como uma lição para se trabalhar em prol de um desenvolvimento sustentável, respeitando os direitos humanos, a legislação ambiental e garantindo a segurança e o bem-estar da população local.

Com o passar dos anos e a pressão da sociedade civil organizada, as autoridades começaram a tomar medidas para combater a pistolagem e a grilagem de terras na região. Operações policiais e militares foram realizadas e alguns pistoleiros e grileiros foram presos, outros mortos, mas a prática ainda persiste em menor escala.

Felizmente, ao longo dos anos, houve esforços para combater essas práticas ilegais e promover o desenvolvimento sustentável na região, buscando garantir os direitos das comunidades locais e proteger o meio ambiente.

Imperatriz, neste século 21, tem buscado superar essa imagem de capital da pistolagem investindo em programas sociais, culturais e econômicos para promover o desenvolvimento sustentável da cidade e região. Ainda há muito a ser feito para garantir a segurança e a tranquilidade dos seus habitantes, mas a cidade está em constante tentativas de evolução e busca se tornar um exemplo de convivência pacífica e respeito ao meio ambiente.

Nos dias atuais é fundamental que haja esforços conjuntos das autoridades locais, estaduais e federais, bem como da sociedade civil, para combater práticas criminosas como a pistolagem e a grilagem de terras que ainda existe em decorrência da expansão do agronegócio, promover a regularização fundiária, garantir o cumprimento da legislação ambiental e proteger os direitos das comunidades locais é muito mais que essencial. É vital!!

É importante ressaltar que, embora Imperatriz tenha sido associada a esse período de violência e instabilidade, a cidade passou por transformações e esforços para combater a criminalidade e promover o desenvolvimento socioeconômico desde então.

Em 21 de abril de 2024

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Fonte para a fundamentação: consultas/pesquisas em jornais, revistas, livros/dicionários, web; seleção, elaboração, adaptação, produção e organização dos conhecimentos apreendidos nas pesquisas, leituras, estudos feitos por mim, PROF. Negreiros Deuzimar Menezes, em meu acervo-biblioteca, e que fundamentam minhas conclusões e o escrevê-las... No dia de hoje, 21 de abril de 2024, nos meus 67a, 4m e 21d.

― Professor (de Professo...)(*) Transdisciplinar; Filosoficamente Empirista; Ambientalista praticante da Teologia Ecológica Regenerativa; Consultor; Filo-Pedagogo de formação; Livre Educador Filo-eco-poli-social Transdisciplinar; Pós-Graduado em Docência da Educação Superior; Gestão e Educação Ambiental; Gestão em Auditoria e Pericia Ambiental; Gestão de Sistema Prisional. Graduado em Pedagogia e Filosofia; Radio-jornalista–DRT nº 0772/91-MA. Diretor-Presidente e Fundador em 1997, da Fundação Brasil de Fomento a Educação Ambiental e Humanística. Ativista Ambiental Independente; Livre Pensador Subversivo. Não-Materialista. Sem emprego; sem aposentadoria; Sem renda!! E que aqui me encontro, em 21 de abril de 2024, autoexilado num canto, na floresta da RPPN, minha propriedade desde 1980, em um lugar qualquer deste vasto planeta que se encontra sendo assassinado por... Antiflorestas... Antinatureza... Pró-acumulador-capitalista.

Por: Professor Negreiros

21 de Abril de 2024

@kalebyeditora2024

― Yo Soy Prof. Negreiros Deuzimar Menezes

― Muy Gracias por leernos

prof.negreiros@gmail.com

institutouniversidadepanameria@gmail.com

55 99 98154 0899 – Whatzapp

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(*) Professor não “dá aula/s”. Portanto, Professor não é quem “dá aula/s”, quem ministra aulas. Morfológica e Etimologicamente, Professor (de Professo...), é quem Professa, Profetiza, Profere...!! Significa Historiador e Profeta porque uma profecia que profere e se realiza transforma-se em História!!

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Muchas Gracias...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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