interessante é que nós costumamos usar essa passagem para falar a respeito da atitude errada do Filho Pródigo em pedir a herança antes do pai morrer e gastar todo o dinheiro em farras. Usamos, também, para falar sobre alguém que talvez tenha se afastado da presença do Senhor e que precisa voltar. Tudo isso está certo. SÓ QUE O PRINCIPAL FOCO DE JESUS AQUI NÃO ERA NEM O FILHO PRÓDIGO, MAS SIM AS ATITUDES DO SEU PAI. E, que atitudes foram essas?

Como nós lemos no começo da passagem, o Filho Pródigo fez uma das coisas mais absurdas que um filho poderia fazer com um pai naquela época que foi pedir a herança adiantada. Quando ele fez isso, era como se ele estivesse dizendo: “Pai, como o senhor não morre logo, como eu já não aguento mais esperar o senhor morrer, me dá logo a minha parte da herança!”. E, só para completar, ele ainda saiu de casa e foi gastar todo o dinheiro suado que o pai havia ganhado com prostitutas e festas.

Quais foram as consequências disso tudo? Ele perdeu todo o dinheiro, ele começou a passar fome e o único trabalho que ele conseguiu foi para cuidar de porcos. Uma coisa que a Palavra nos mostra é que quando nós pecamos nós vamos colher consequências ruins. Você precisa entender que toda escolha errada que você faz na vida vai trazer consequências ruins. Isso é fato. Foi justamente isso o que acontenceu com o Filho Pródigo. Ele pecou contra o pai, ele fez escolhas ruins na vida dele e essas escolhas levaram ele para o fundo do poço.

Só que um belo dia, a Bíblia diz que o filho se lembrou do pai dele: “Espera aí, os funcionários do meu pai estão vivendo muito melhor do que eu. Eles têm um teto para morar, eles têm comida para comer, roupa para vestir. Eu vou lá pedir emprego para ele!”. Veja, que o Filho Pródigo sabia tanto da gravidade do que ele tinha feito, que ele nem pensou em pedir para voltar para casa na qualidade de filho. Para ele já estava passando de bom ser apenas um funcionário.

E, o que o pai fez quando o filho chegou? (Lucas 15:18-24). No versículo 20, têm 3 palavrinhas que merecem destaque:

a) A primeira palavra é COMPAIXÃO. A Bíblia diz que o PAI SENTIU ÍNTIMA COMPAIXÃO QUANDO VIU O FILHO. Ele não sentiu ódio ou ficou irado, como a maioria de nós ficaríamos, mas ele sentiu compaixão. Na maioria das vezes em que nós fazemos coisas erradas, a nossa tendência é achar que Deus está zangado com agente. Que Deus não quer saber de nós porque nós erramos. Só que é o contrário. Quando Ele nos vê numa situação difícil, sofrendo, quando Ele nos vê no pecado, quando Ele nos vê vivendo as consequências ruins das nossas escolhas, Ele não nos olha com olhar de condenação, mas Ele nos olha com olhar de compaixão, assim como aquele pai. Se você for olhar nos Evangelhos, o ministério inteiro de Jesus foi cheio de compaixão. Ele libertava as pessoas, Ele curava os enfermos, Ele operava milagres, Ele transformava a vida das pessoas porque Ele sentia compaixão delas.

 

b) Depois, nós temos uma segunda palavra no versículo 20, que é a palavra CORREU. O filho mal tinha chegado em casa, ele estava ainda lá meio da estrada, um pouco antes da porteira e o pai já foi correndo em direção a ele. Para você entender melhor o peso dessa atitude, você precisa entender que os homens mais velhos daquela região (Isso até hoje é assim no Oriente) eles não gostam de demonstrar sentimento de jeito nenhum. Na cabeça deles, demonstrar sentimento é sinal de fraqueza. E, AQUI AGENTE VÊ UM SENHOR CORRENDO EM DIREÇÃO AO FILHO NO MEIO DE UM MONTE DE FUNCIONÁRIOS DA FAZENDA DELE.

c) Só que tem mais, o pai além de correr em direção ao filho, a Bíblia diz que aquele pai agarrou o filho pelo pescoço e ENFORCOU. Foi isso mesmo? O pai enforcou o filho? Não. Ele agarrou o filho e BEIJOU. A terceira palavrinha chave é BEIJOU. No original grego, você tem basicamente duas expressões para se referir a beijo. Você tem uma que se refere a um beijo normal como se fosse um cumprimento. E, você tem uma outra palavra que é usada no sentido de COBRIR UMA PESSOA DE BEIJOS. E, advinha qual é a palavra usada aqui nesse versículo? Exatamente, cobrir de beijos. O pai pegou aquele menino todo fedido de porco, sujo, suado de tanto andar, cheio de terra e poeira da estrada e COBRIU ELE DE BEIJOS.

Depois de cobrir o moleque de beijos, o pai ainda levou o filho para casa, deu roupas novas para ele, colocou sandálias nos pés, colocou um anel no dedo, mandou matar um novilho cevado e fez uma grande festa de boas-vindas. E, aqui, nós encontramos mais uma característica de Deus: não importa como você está, não importa quão sujo você esteja da lama do pecado ou da poeira do mundo, Ele sempre estará de braços abertos para te receber.

Sinceramente, o que aquele filho merecia, depois de tudo o que ele aprontou? Ele merecia apanhar, ele merecia que o pai não falasse mais com ele, ele merecia ficar de castigo, ele merecia trabalhar na fazenda de graça até pagar tudo o que ele gastou, ele merecia um monte de coisas, menos voltar para a casa do pai. O que aqueles soldados romanos mereciam quando estavam batendo em Jesus? O que as pessoas que gritaram “crucifica-O, crucifica-O” mereciam? Mereciam um monte de coisas. Mas, Jesus resolveu dar a eles e a nós o que não merecemos: o perdão (A primeira palavra de Jesus lá em cima daquela cruz foi “Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem!”). ISSO É A GRAÇA DE DEUS.